Quinze dias após o início oficial das campanhas para as eleições municipais de outubro, a propaganda eleitoral ainda não tomou as ruas de Porto Alegre.
Por estratégia dos candidatos e motivos financeiros, partidos e coligações apostam no método mais simples de convencimento do eleitor – o conhecido corpo-a-corpo – como alternativa para o período que antecede aos programas de rádio e TV.
A pintura de muros e paredes de propriedades particulares, disputadíssimos em campanhas passadas, ainda não esquentou na Capital. Um exemplo é o muro do Instituto Pão dos Pobres, tradicional ponto de divulgação.
Embora alguns candidatos a vereador já tenham feito reservas, ninguém se animou a fazer propaganda no local. Segundo Lia Bocaccio, integrante da área de captação de recursos do Pão dos Pobres, a procura está baixa para a época.
– Estamos estranhando. Em julho, em campanhas anteriores, os
muros já estavam pintados – diz.
Lia conta ainda que dois
candidatos à Câmara de Vereadores da Capital chegaram a pintar suas propagandas, mas apagaram os escritos temendo punição. Ainda que essa divulgação seja permitida pela Justiça Eleitoral, há uma certa insegurança jurídica relacionada a esse tipo de propaganda.
Propaganda deve começar a aparecer na próxima semana
Entre as coordenações de campanha dos principais candidatos, as explicações para a apatia das candidaturas na arrancada são diversas. Onyx Lorenzoni (DEM) despendeu boa parte de seu tempo arredondando o plano de governo. Uma vez concluída esta etapa, a coordenação de Onyx já encomendou material gráfico e irá para a rua esta semana.
– No caso dos muros, não são muito do agrado do Onyx. Mas a partir desta semana os candidatos a vereador e os militantes vão começar a receber o material – afirma Roque Jacoby, representante do DEM no conselho que coordena a campanha de
Onyx.
No caso do prefeito José Fogaça (PMDB), que concorre à reeleição, a opção
foi pela aproximação com os candidatos a vereador. Conforme Clóvis Magalhães, coordenador de campanha de Fogaça, o prefeito e sua equipe estão empenhados em municiar apoiadores de dados sobre o governo. A aposta é que, na reta final, uma militância engajada possa fazer a diferença na caçada aos votos dos indecisos.
– Nossa postura é diferente, a dinâmica para a reeleição tem de ser outra – afirma Magalhães.
Nas hostes petistas, a coordenação da campanha de Maria do Rosário (PT) não quer perder tempo, aproveitando para apresentar as plataformas da candidata desde a largada. Como Rosário já exerceu mandatos nas três esferas do Legislativo, o partido considera que ela é conhecida o suficiente - o que dispensaria o inevitável período de apresentação do histórico dela. Rosário, que tem preferência pelo contato direto com o eleitor, fez caminhadas no sábado. No domingo, o tempo instável atrapalhou o
corpo-a-corpo.
Fixação de número não será prioridade
Juliano Corbellini, que integra a coordenação de marketing de Manuela DÁvila (PC do B), considera que o eleitor já está integrado à urna eletrônica e outras inovações eleitorais. Antes, as campanhas tinham de gastar tempo para fixar o número do candidato. Quanto à apresentação dos candidatos, Corbellini discorda dos petistas.
– Nenhum candidato pode ter a presunção de pular a apresentação. O político mais conhecido do Brasil, que é o Lula, não deixou de apresentar a sua vida em 2002 – relembra.
ZERO HORA
Como publicitária, pude obsevar um certo "medo" dos candidatos se exporem, isto não só em POA, mas também em outros municípios. Por parte dos meios de comunicação isto também é visível, pois as multas para quem não obedece as novas regras da legislação eleitoral são muito altas.
Lamentável é tu votar num candidato (a) para deputado federal e ve-lo de volta 2 anos depois, querendo ser prefeito.Tenho a certeza que quem votou nos 4 deputados federais candidatos a prefeito, está se sentindo um babaca, como eu estou!!!
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