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18 de maio de 2024
 

| 28/06/2008 | 18h19min

Lula temeu impeachment no mensalão, diz chefe de gabinete do presidente

Amigo pessoal, Gilberto Carvalho falou sobre o medo de Lula durante o episódio

No "pior" momento do Governo Lula, durante a crise do chamado "mensalão", em 2005, a possibilidade de impeachment foi considerada "iminente" e ministros de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva o aconselharam a abrir mão da reeleição para garantir, em acordo com a oposição, chegar até o final do mandato.

Foi o que admitiu em entrevista à revista Veja o chefe de gabinete do presidente, Gilberto Carvalho, amigo de Lula há mais de 30 anos. A proposta de acordo com a oposição, feita pelos então ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Márcio Thomaz Bastos (Justiça), foi deixada de lado graças à serenidade do presidente, "mesmo nos piores momentos", mandando todo mundo "trabalhar normalmente", disse Carvalho.

Porém "havia muita gente convicta de que o governo tinha acabado". Além desta "famosa noite" muito difícil, outro momento "trágico" foi o do dólar na cueca, contou Carvalho, quando um petista foi preso num aeroporto com dinheiro dentro da cueca. Ao saber da história, o presidente Lula pôs as mãos na cabeça e falou: "Meu Deus, onde é que nós vamos parar?" Era "uma sucessão inacreditável de picaretagens" disse o chefe de gabinete do presidente. Lula, porém, nunca atribuiu problemas éticos ao PT, mas sim "às pessoas".

Segundo Gilberto Carvalho, o presidente não acha que a corrupção seja uma coisa intrínseca ao PT e não passa pela cabeça dele nenhuma possibilidade de afastamento do partido, conforme a reportagem.

Lula nega intimidade com Dirceu

Carvalho disse que Lula e seu ex-ministro da Casa Civil José Dirceu — acusado de ser mentor do "mensalão" — "não eram tão íntimos assim, nunca tiveram relação de amizade". É diferente no caso do advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, e acusado de usar seu prestígio no governo para favorecer interesses privados na compra do Varig.

— Aí é mais difícil porque permeia uma relação particular que ele (Roberto Teixeira) tem com o presidente — disse Carvalho. — Agora, a relação que o Roberto mantém com esse grupo que negociou a Varig é um problema dele. Se ele cobrou mais ou menos, é um problema dele. Se ele vendeu alguma facilidade, se dizia que falava por Deus, eu não posso fazer nada. Mas dizer que o governo fez alguma coisa para beneficiá-lo é uma inverdade.

Nome de Dilma é "aposta séria"

O chefe de gabinete confirmou que o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, como candidata à sucessão de Lula em 2010 é uma "aposta séria", "real". Já a idéia de um terceiro mandato "não existe".

— É lógico que é muito melhor ouvir "Fica, Lula' do que 'Fora, Lula'. Isso dá condições para ele (o presidente) fazer o sucessor, não para continuar.

Carvalho disse que o presidente Lula pode até tentar voltar em 2014, mas ficar agora, "definitivamente não".

 

AE

 

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