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19 de abril de 2024
 

Eleições 2008 | 07/07/2008 | 04h24min

A arrancada na disputa da Capital

Sete dos nove candidatos à prefeitura participaram de debate na noite deste domingo

Sete dos nove candidatos à prefeitura da Capital se revezaram ontem na discussão de questões de interesse dos porto-alegrenses no primeiro debate da eleição de 2008, promovido pela TVCOM e Rádio Gaúcha. Moradia, desenvolvimento, transporte coletivo e lixo dominaram a discussão na primeira parte da disputa.

Foi necessário conceder três direitos de resposta a José Fogaça (PMDB), Maria do Rosário (PT) e Luciana Genro (PSOL), alvos de ataques dos adversários. Na maior parte do tempo, a regra foi também mostrar conhecimento de números e dos dramas da cidade. A crise na saúde foi um tema recorrente.

Na platéia, havia dezenas de representantes de partidos e convidados e o clima era de torcida organizada. Risos e aplausos do público indicavam que a temperatura se elevava dependendo das declarações dos candidatos.

A seguir, veja os principais momentos do programa, que se iniciou às 22h30min e terminou nos primeiros minutos de hoje:

Polêmica sobre saúde

A primeira pergunta do debate, calcada na questão do ajuste fiscal, resultou numa afirmação polêmica sobre saúde que teve repercussão no desenvolvimento do debate. Primeiro a perguntar, dirigindo-se a Fogaça, o tucano Nelson Marchezan Jr. reconheceu o trabalho da prefeitura em termos de equilíbrio de receita e despesa:

- Esse ajuste fiscal nós prezamos muito, fizemos em nível nacional, fizemos no Estado mais avançado do Brasil e estamos fazendo aqui no Estado do Rio Grande do Sul, e reconheço esse trabalho da prefeitura. Entendemos que há um papel principal, que é a atitude do prefeito.

Fogaça exaltou o fato de Porto Alegre ter atingido superávit nos primeiros três anos de sua gestão e, em seguida, elogiou o governo da tucana Yeda Crusius, correligionária de Marchezan:

- Gostaria de dizer, Marchezan, que reconheço o extraordinário esforço que o governo do Estado vem fazendo para recuperar 30 anos de déficit no Rio Grande do Sul. Mas eu gostaria de dizer que aqui em Porto Alegre se investiu maciçamente em educação, se investiu como nunca em segurança, se investiu como nunca em saúde. Esta é a terceira capital do Brasil em investimentos em saúde.

Investida da oposição

Aproveitando a deixa de Fogaça e uma referência do democrata Onyx Lorenzoni à situação dos postos de saúde, a candidata do PT, Maria do Rosário, perguntou a Marchezan como ele agiria frente à questão da saúde.

- Começa pela postura. E a nossa postura vai ser de enfrentar o problema da saúde. Na saúde, em especial, nós iremos sim fazer investimentos, mas o nosso foco será no resultado do serviço. Uma má saúde gera um investimento tremendo na recuperação. Nós iremos no mínimo duplicar as equipes de saúde da família em Porto Alegre - respondeu Marchezan.

Rosário atacou:

- Quem diz que Porto Alegre é a terceira capital em investimentos não está revelando a verdade à população. No ano de 2008, nós tivemos investimentos que foram 24 vezes menores do que o gasto em propaganda.

O preço da passagem

Em sua primeira pergunta, Onyx provocou Luciana Genro sobre o tema do transporte coletivo:

- A passagem em Porto Alegre é muito cara. Custa R$ 2,10. Pai de família, desempregado, com vale-transporte, precisa tomar dois ônibus para sair e para voltar para casa. Se alimenta uma família com isso.

A deputada resumiu as razões que a levaram a concorrer e falou do transporte:

- Todos os governos acabaram se rendendo à verdadeira máfia que domina o transporte coletivo. Esse sistema do TRI instituído pelo atual governo foi uma forma de satisfazer os interesses das empresas. Nós vamos utilizar essa estrutura do TRI para melhorar o transporte coletivo.

Onyx aproveitou para cobrar de Fogaça uma promessa de campanha, a passagem única:

- Em vez da passagem única, fez uma passagem TRI cara. Assumiu a prefeitura com a passagem a R$ 1,75 e está a R$ 2,10. No meu governo, Porto Alegre vai ter passagem única para o trabalhador.

Saúde preventiva

Manuela DÁvila (PC do B) criticou a priorização de investimentos no atendimento a doentes em lugar da prevenção. Para a candidata, a solução passa pela informatização dos postos de saúde, com a criação de uma central de consultas, e na ampliação das equipes de saúde de família.

- Assistimos a uma crise há quase duas décadas. Temos pelo menos 700 mil pessoas que não são periodicamente atendidas - disse Manuela.

Marchezan concordou:

- Prevenção é economia. Tem consulta sobrando, médico sobrando e pessoas na fila, por falta de informação.

A lógica da educação

Questionada por Onyx, Luciana afirmou que vai inverter a prioridade de investimentos:

- Temos uma proposta de inverter essa lógica pela qual em educação foram investidos R$ 8 milhões, enquanto em publicidade foram gastos R$ 15 milhões.

A candidata se comprometeu a cortar pela metade dos gastos com publicidade e em 70% os gastos com cargos em comissão e, assim, dobrar investimentos em educação, saúde, assistência social, segurança e ambiente.

Segurança para a população

Para o candidato Paulo Rogowski (PHS), questionado por Luciana, segurança deve ser preocupação dos governos estadual e federal, e não da prefeitura.

- Violência acontece pela desassistência às pessoas. Governo tem de priorizar o ser humano, e o PHS sempre vai priorizar educação, saúde, oportunização em primeiro lugar. Segurança se trata na base da sociedade, não é com polícia e prisão - afirmou Rogowski.

Luciana replicou que pretende coordenar pessoalmente os projetos de segurança de sua administração:

- Vou acabar com essa história de dizer que segurança não é assunto da prefeitura. Segurança vai ser prioridade, vou investir na guarda municipal, fazer concurso para aumentar as vagas e fazer parceria como Ministério da Justiça.

Rogowski finalizou dizendo que a segurança proposta por Luciana "não vai chegar às vilas".

- A polícia tem medo de subir nas vilas. Estamos atirados.

Casas populares

Para explorar o primeiro tema sorteado no segundo bloco do debate - desenvolvimento urbano - , a candidata Maria do Rosário (PT) escolheu questionar o prefeito José Fogaça (PMDB) sobre a construção de moradias populares.

Fogaça afirmou que sua gestão construiu em três anos e meio mais de 5 mil casas:

- Podemos estar defasados, mas isso se deve principalmente ao governo que você representou. Estamos construindo mais 4 mil casas, e isso significa muito para a cidade, que ficou com menos de mil casas construídas por anos no seu governo.

Em resposta, a candidata afirmou que vai investir em moradia popular e regularização de vilas:

- Todas as obras de que Fogaça está falando têm recursos federais. Nós construímos mil casas por ano sem recursos federais. Hoje, o atual prefeito conta casas de emergência como moradia popular e não constrói o que deveria para a população.

 

ZERO HORA

 

Jefferson Botega, Zero Hora / 

Sete dos nove postulantes participaram do debate com duração de 2h50min

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