O tom da disputa eleitoral à prefeitura de Florianópolis entre os candidatos Dário Berger (PMDB) e Esperidião Amin (PP) deve se tornar um pouco mais agressivo no segundo turno. Em entrevistas concedidas à TVCOM neste domingo, ambos trocaram acusações.
Berger, que teve seu nome relacionado à Operação Moeda Verde, realizada pela Justiça Federal e que apurou a concessão de licenças ambientais irregulares para empreendimentos na Capital, lembrou que o episódio não trouxe prejuízo à sua campanha.
O peemedebista aproveitou para atacar o adversário, lembrando que o objeto das investigações foram liberações concedidas durante o governo de Angela Amin (PP), esposa do candidato adversário, quando no comando da prefeitura.
— Espero que o tema volte ao debate, porque daí conseguirei provar que não tenho nada a ver e o caso vai "cair no colo" do meu adversário — disse Berger, que obteve 39,80% dos votos válidos, a escolha de
94.077 eleitores no primeiro turno.
O ataque foi rebatido por Amin, numa entrevista posterior concedida aos jornalistas Rodrigo Faraco e Renato Igor:
— O cadastro moral será citado (no 2º turno). (...) Espero que possamos dizer quem tem negócios com o governo. Se a (empresa de vigilância privada) Casvig tem ou não contrato com o governo do Estado. Será que o prefeito que tem contrato de R$ 4 milhões com o governo tem autoridade para cobrar um recapeamento asfáltico na SC-401? — questionou Amin, que ficou em segundo lugar na eleição, com 59.858 votos, o que equivale a 25,33% do total.
Na avaliação de Berger, a ida para o segundo turno pode ser considerada uma vitória pessoal. Ele ressaltou que alguns amigos lhe aconselharam a desistir da reeleição em função das adversidades que enfrentou durante o mandato, mas que ainda sim decidiu ir contra os conselhos de seus conhecidos.
Já Amin preferiu ver os números
do primeiro turno como uma vitória dos opositores ao candidato à
reeleição. Para ele, cerca de 60% dos eleitores preferiram outro candidato a Berger, o que é um dado que precisa ser levado em conta.
Berger não fez contato com os que ficaram de fora do segundo turno neste domingo e disse que vai tentar ampliar a coligação nos próximos dias. Perguntado sobre possíveis alianças, Berger citou a intenção de se aproximar de Cesar Souza Junior (DEM) e Afrânio Boppré (PSOL), sem descartar apoio dos demais partidos envolvidos.
Amin já entrou em contato com os candidatos que ficaram de fora da disputa. Ele pediu para que fossem coerentes com o que apresentaram no primeiro turno, porém disse reconhecer que para alguns partidos, a decisão por aliança é mais difícil.
— O PT tem um presidente, um projeto nacional, e tanto o meu partido quanto PMDB são base deste governo. Não podemos imaginar que o PT vá decidir por Amin e criar uma complicação — acredita o candidato, que disse que pretende
incorporar propostas de candidatos que
venham a apoiá-lo em seu plano de governo.
Nas próximas semanas, ele e o presidente do partido devem se reunir com os cinco que ficaram de fora do segundo turno.
A ausência do governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB) pode ser uma exclusividade da campanha do primeiro turno, adiantou Berger. Ele garante que não há veto à participação do governador na campanha dele.
TVCOM
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