Dos 63 vereadores gaúchos cassados por infidelidade partidária pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) desde janeiro, pelo menos 20 decidiram não recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para recuperar o mandato. A maioria vai concorrer no pleito de outubro e espera reconquistar os votos dos eleitores.
É o caso de Antônio Arilene Pereira, de Guaíba. Vereador em quinto mandato, ele perdeu a cadeira na Câmara por ter saído do PMDB e ingressado no PTB após o dia 27 de março de 2007. Essa foi a data na qual o TSE definiu que o mandato pertence ao partido, e não ao parlamentar, e foi desde então considerada como limite para troca de legenda por deputados e vereadores. Arilene acredita que não vale a pena recorrer da decisão do TRE:
- Sou um cara antigo e não era consultado para nada pela prefeitura (sob o comando do peemedebista Manoel Stringhini). Vou esperar a próxima eleição - afirma o ex-vereador.
Paulino
Azevedo, de Três Forquilhas, aceitou a cassação imposta pelo
TRE por não acreditar em vitória em instância superior. O ex-vereador se diz consciente de ter trocado o PP pelo DEM após o prazo legal:
- Voltei ao meu partido de origem sabendo que corria riscos. Agora, estou analisando. Posso ser candidato a prefeito.
Nem todos os cassados têm a mesma posição: 32 esperam retomar o assento na Câmara a partir do apelo ao TSE. A maior parte dos descontentes alega ter sido vítima de perseguição política, mesmo argumento usado durante o processo no TRE. Ex-vereador de Canoas, Laércio Fernandes afirma que passou a sofrer ataques no PSDB depois de ter feito críticas à administração do prefeito tucano Marcos Ronchetti por conta do escândalo da merenda escolar.
- Vi coisas que não me agradaram e passei a ser a ovelha negra - diz Fernandes, que está no PTB.
Outra forma de tentar recuperar o mandato é apontar uma brusca mudança de rumo no partido original. É o
argumento usado por José Waldir Garcia Oliveira, de Eldorado do Sul. Ele
diz que trocou o PMDB pelo DEM porque os peemedebistas passaram a apoiar o prefeito Ernani Gonçalves (PDT).
Até o momento, o TSE concedeu liminares contra decisões do TRE sobre perda de mandato por infidelidade em apenas dois casos.
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