Foi com a abertura de um flanco de negociação política de última hora que o nome do deputado estadual Paulo Odone (PPS) entrou, pelo menos nas conversas reservadas entre PPS e tucanos, no rol dos pré-candidatos à prefeitura de Porto Alegre.

Compromissado com as atividades referentes a outra função que ocupa, a presidência do Grêmio, e focado na construção do novo estádio do clube, a Arena, Odone admitiu o assédio do PSDB, mas rechaçou qualquer possibilidade de ser levado a disputar as eleições de outubro.

O diretório do PPS fará encontro hoje para definir que rumo tomará nas eleições de outubro. Odone afirmou que a possibilidade de apoio à Manuela DÁvila (PC do B) continua a tendência mais forte. A seguir, a síntese da entrevista:

Paulo Odone - O que há é um contato, uma solicitação, querendo que eu pusesse meu nome para concorrer. Eu disse a eles que já tenho outro compromisso assumido, que é com o Grêmio e com a cidade, da construção da Arena (novo estádio do clube). Disse que eu não concorreria a cargo nenhum em 2008. E isso agora que nós estamos próximos do desfecho, de o PPS escolher que caminho toma, se coliga na majoritária e na proporcional com o PC do B ou se apóia a candidatura de José Fogaça. Não vejo espaço para outras especulações neste momento.

Odone - O partido está dividido nessa questão, mas a tendência ainda é a coligação com Manuela.

Odone - Esse é o argumento dos que querem me lançar. Mas é um pouco tarde para isso. Deveriam ter pensado tudo isso quando o prefeito Fogaça passou para o PMDB. Podiam ter construído outras soluções.

Odone - Até acho natural uma aproximação grande do PPS com o PSDB, não vejo problema nenhum. Mas essa coisa concreta que me foi proposta, de eu encabeçar uma chapa nessa coligação, é que está fora desse contexto. É uma coisa muito pessoal e firme que eu coloquei há algum tempo: não sou candidato a nada nessas eleições. Mas isso não quer dizer que no futuro não vá ocorrer aproximação com A ou B.

Odone - A participação maior do PPS no governo estadual é algo que já está, para nós, anunciado pela governadora Yeda. A Casa Civil (ocupada por Cézar Busatto) e algo que estamos aguardando para ver implementado. O PPS tem dado muito mais para o governo estadual do que os espaços que tem ocupado. O governo acha que o PPS tem de ocupar mais cargos, só que essas coisas não aconteceram ainda. Mas devem acontecer.

Odone - Temos a reunião do diretório amanhã (hoje). Vamos debater esses assuntos todos e deve sair, ao menos, um indicativo para onde o diretório quer ir.

Odone - Em tese, eu não posso contestar. Qualquer possibilidade é admissível. Fica na soberania da decisão do partido. Hoje, eu acho que nós estamos muito adiantados para montar outra solução.

Odone - Não pretendo isso de jeito nenhum. Tenho isso presente. Disse isso a Roberto Freire (presidente nacional do PPS) e a aqueles com quem dialoguei no PSDB.