O diretório nacional do PT liberou coligações com a oposição em 23 municípios gaúchos, incluindo Canoas, onde o DEM se propõe a apoiar o petista Jairo Jorge. A aliança em Canoas tinha sido rejeitada pelo diretório estadual do PT.

Apenas dois municípios ficaram de fora: Ibirubá, onde o candidato a prefeito seria do DEM, e São José dos Ausentes, porque o PSDB teria a cabeça-de-chapa.

Depois de sete horas de reunião, o diretório decidiu que a legenda pode se unir ao DEM, ao PSDB e ao PPS, desde que lidere a chapa. O PT não abre mão da vaga de candidato a prefeito. Esse critério permite coligação na maioria dos municípios gaúchos, onde os candidatos petistas já vinham negociando com as legendas de oposição ao governo Lula. A medida, no entanto, só é válida para cidades com população inferior a 200 mil pessoas. Nos maiores municípios, a situação será analisada caso a caso.

– A eleição não pode ser uma troca de cargos, favores e experiências localizadas – argumentou o deputado estadual Raul Pont.

O principal assunto da reunião foi a aliança do partido com o PSDB em Minas Gerais. Por 79 votos a dois, o diretório decidiu transformar em "recomendação" o veto da executiva ao acordo. Pesou na substituição do termo o apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pediu aos companheiros da maioria do diretório uma fórmula que não constrangesse o prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, articulador da aliança. Na prática, porém, petistas avaliam que as chances de a coligação vingar passam por um gesto do PSB. O candidato socialista, Márcio Lacerda, que seria apoiado por tucanos e petistas, poderia desistir de concorrer e forçar o PT a rever a resolução.