Enquanto a maioria dos partidos aguarda o prazo final de 30 de junho para definir os candidatos que entrarão na disputa, os moradores de Jacutinga, no norte do Estado, já conhecem o futuro prefeito, o vice e os vereadores. É a eleição de consenso, discutida também em outras cidades da região.

Com 3,5 mil habitantes, Jacutinga fica dividida em época de eleição. Cada um tem suas preferências e ideologias, divididas entre os seis partidos organizados na cidade. Por vezes, a rivalidade transformou-se em violência.

— Por pouco não deu morte aqui. A eleição só nos divide — relata o vice-prefeito Edegar Antonio Menin (PP).

Graças a um acordo feito entre os partidos, Menin pode falar como o futuro prefeito de Jacutinga. A seu lado, o futuro vice, Gelsi Lodéa (PT), mantém reuniões com a comunidade. O fato de pertencerem a partidos de ideologias opostas não interferiu na união das candidaturas.

— Tratamos com pessoas sérias e comprometidas com a sociedade e vamos discutir com a comunidade o que precisa ser feito para o desenvolvimento do município — diz Lodéa.

A atual administração se apóia numa coligação de três partidos. Em reunião marcada para discutir a possibilidade de uma nova aliança, que contou com os partidos de oposição, todos simpatizaram com a idéia de consenso. Pelo acordo, uma chapa única disputará as eleições, tendo Menin como prefeito e Lodéa como vice.

Para o Legislativo, também houve consenso: PP, PMDB e PDT terão duas cadeiras cada um na Câmara, e PSDB, PTB e PT contarão com uma cadeira cada. Os nove vereadores terão os nomes definidos por cada partido. As seis secretarias do município serão divididas entre todos os partidos.

Todas as convenções partidárias foram marcadas para 13 de junho, quando será aprovado o consenso e feita a ata de registro das candidaturas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).