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21 de dezembro de 2025
 

| 04/03/2008 | 03h00min

Correa diz que ataque colombiano frustrou libertação de Betancourt

Presidente do Equador criticou Álvaro Uribe e negou que o país apóia as Farc

O presidente do Equador, Rafael Correa, assegurou que a operação militar da Colômbia contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em território equatoriano frustrou as negociações para libertar 12 reféns, entre eles a ex-candidata presidencial colombiana Ingrid Betancourt.

Em uma rede de televisão, Correa disse que as negociações "estavam bastante avançadas" para libertar os reféns da guerrilha. O ministro coordenador de Segurança do Equador, Gustavo Larrea, admitiu que tinha mantido contato com as Farc para conseguir a entrega dos seqüestrados, disse que poderiam libertar Betancourt neste mês.

— As conversas estavam avançadas, nos tinham oferecido (as Farc) sua libertação para o mês de março, portanto supúnhamos que ela ia acontecer no transcurso das próximas semanas — disse Larrea em entrevista coletiva oferecida depois da rede de televisão de Correa.

— Cabe também perguntar o que queria o governo de (o presidente colombiano, Álvaro) Uribe eliminando Raúl Reyes em território equatoriano e depois inventando mentiras para nos vincular com as Farc — disse Correa.

O governante disse que Uribe talvez quisesse "desestabilizar" a sua administração, porque se negou a participar do Plano Colômbia, que Bogotá promove com o apoio de Washington contra a guerrilha e o narcotráfico, "e colocar também um governo marionete" no Equador.



Correa negou que haja "santuários" das Farc no Equador, lembrou que em 2007 foram desmantelados 47 acampamentos dessa guerrilha na selva equatoriana e que "em seu próprio país, as Farc controlam vastos territórios". O presidente insistiu em que "todo contato com a guerrilha foi por motivos humanitários, junto com países como a França".
— Ordenei a ruptura de relações com o governo colombiano, já que não é possível manter relações com um governo que tão grosseiramente atropela a decência, a verdade e a soberania de Estados amigos — acrescentou Correa.

O presidente do Equador especificou que quer "diferenciar claramente entre o governo do presidente Uribe e o povo colombiano, com o qual temos laços de profunda irmandade". Destacou que os cerca de 300 mil colombianos que estão no Equador "podem continuar se sentindo como estivessem em casa".

O chefe de Estado, que nesta terça-feira fará uma viagem por cinco países da América Latina para explicar a crise entre Equador e Colômbia, ressaltou que o Equador não está sozinho.

— A imensa maioria de governos latino-americanos nos darão seu irrestrito apoio, já que este é um problema para toda a região — sustentou.

Segundo sua opinião, nem nos períodos mais difíceis da guerrilha na América Latina, "um governo se atreveu a regionalizar seu conflito".

— Isto é inédito e simplesmente inadmissível. Os governos da América Latina saberão cerrar fileiras e deter este nefasto precedente que tentava impor o Governo da Colômbia. Estendemos sempre a mão solidária à Colômbia e fomos traídos. Sabemos que não é a traição de um povo, mas somente de um homem (Uribe) e um governo.

 

EFE

 

Cecilia Puebla, EFE / 

Nesta terça, Rafael Correa irá percorrer cinco países da América Latina para explicar crise diplomática

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