As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) confirmaram nesta quinta-feira em seu site o anúncio da libertação como desagravo de três de seus reféns, entre eles um menino nascido em cativeiro, enquanto a agência Anncol, que costuma divulgar seus comunicados, pediu ao Governo que não atrapalhe.

O anúncio da libertação havia sido antecipado há dois dias pela agência cubana Prensa Latina.

As Farc anunciaram que soltarão a advogada Clara Rojas, ex-candidata a vice-presidente da Colômbia, o seu filho Emmanuel, nascido em cativeiro, e a ex-parlamentar Consuelo González.

Segundo o grupo guerrilheiro, a libertação seria um desagravo, depois de o presidente colombiano, Álvaro Uribe, cancelar as gestões do governante venezuelano, Hugo Chávez, e da senadora Piedad Córdoba em favor de um acordo humanitário.

O site da Anncol diz hoje que "começa uma nova vida para Emmanuel, que conheceu a dureza da floresta, o seu ambiente de nascimento".

— É um menino que representa o terrível paradoxo que sofrem milhares e milhares de crianças na Colômbia. Seu pai é um guerrilheiro do povo, que luta por um novo país. Sua mãe é da oligarquia, diz a agência, ressaltando que "venceu o amor".

Em seguida, a Anncol diz que "não se pode permitir que a oligarquia transforme o menino num cavalo de batalha" e pede que ele cresça "como uma criança normal, como gostariam seus pais, se a situação tivesse permitido, ao lado dos dois".

Emmanuel é filho de Rojas com um guerrilheiro e deve ter quase 4 anos.

No fim da nota, a Anncol afirma que espera que "o Governo e o resto do Estado colombiano não atrapalhem, como vacas mortas no caminho, para que se torne realidade esta libertação, que não foi conseguida por eles".