O governo brasileiro anunciou nesta quarta-feira, em Bali, a criação do Fundo de Proteção e Conservação da Amazônia Brasileira durante a 13ª Conferência das Partes sobre o Clima (COP-13). A proposta é a mesma que o país tentou emplacar nas negociações internacionais, mas não recebeu muito apoio: um fundo voluntário para financiar a redução do desmatamento, baseado no histórico de redução alcançada e não no estabelecimento de metas.
Uma das críticas, feita por organizações não-governamentais (ONGs), é o fato do fundo ser baseado em contribuições voluntárias, o que poderia significar a captação de recursos aquém dos valores necessários para a preservação da floresta. O coordenador do Programa de Desenvolvimento Sustentável da WWF, Mauro Armelin, disse que o fundo precisa se adequar a algumas realidades do mercado.
— A proposta brasileira mostra uma via para a colaboração dos países desenvolvidos com os países "florestais" na redução do desmatamento, porém é importante
lembrar que a via do
mercado, representado pelos créditos de carbono, também representa uma série de vantagens — apontou.
Na avaliação do coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace, Paulo Adário, a proposta do fundo é positiva, mas talvez não consiga atrair recursos com a urgência que o problema do desmatamento demanda:
— Qualquer solução que a gente encontre para combater o desmatamento e fortalecer a governança, precisa ser muito rápida, porque o mercado está voltando, o "leão do desmatamento" está com fome outra vez, o preço da soja e da carne estão subindo e está compensando desmatar de novo.
Outro contraponto apresentado por representantes das ONGs é que o diploma que os colaboradores do fundo irão receber para comprovar a doação pode desestimular ações unilaterais de redução de emissões. Com o diploma em mãos, uma empresa deixaria de adotar medidas internas para reduzir suas emissões, por exemplo.
AGÊNCIA BRASIL
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