Diagrama tático da Argentina, no 4-4-2 em duas linhas |
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Maradona desde sua primeira partida na seleção argentina adotou o sistema 4-4-2 com duas linhas de quatro jogadores como o preferencial. É o "4-4-2 britânico", tática muito difundida entre os clubes argentinos - San Lorenzo, Estudiantes e River Plate, por exemplo. Passou pelo 3-4-3, e em função do novo sistema, quase perdeu o cargo. Voltou ao 4-4-2 em duas linhas, e é neste sistema que ele vai enfrentar o Brasil amanhã.
A equipe está desfalcada de seu winger esquerdo, Jonas Gutiérrez, jogador que dá um belo equilíbrio ao setor, defendendo e apoiando com o mesmo vigor. Mas Maradona já definiu o substituto: é o Dátolo, que eu há muito tempo pedi na seleção argentina, quando ele ainda jogava pelo Boca Juniors como apoiador do vértice esquerdo no losango.
No outro extremo, joga o insosso Maxi Rodriguez, que não empolga na frente, e pouquíssima contribuição dá. Ainda assim, é titular indiscutível, e sabe desempenhar - mesmo que sem brilho - a função de winger pela direita. Por dentro desta linha de meio-campo, Maradona conta com uma dupla de volante com box-to-box de extrema qualidade: Mascherano e Verón. O primeiro, combativo e participativo, marcador implacável; o segundo, maestro da linha de meio-campo do Estudiantes na conquista da Copa Libertadores deste ano.
Na defesa, Maradona conta com dois laterais-base que privilegiam a defesa - até porque já atuaram como zagueiros: Zanetti na direita, Heinze na esquerda. Na teoria, o sistema tático e a estratégia estão bem planejados, com jogadores certos para cada tática individual, e com a mecânica proporcionada pela repetição do 4-4-2 em duas linhas.
O Brasil deve enfrentar um bloqueio pelos lados, impedindo as subidas de Maicon e André Santos. Mascherano deve colar em Kaká. Será fundamental ao Brasil, para fugir do brete, a passagem de Felipe Melo. Se as linhas argentinas estiverem compactas, com bloqueios sobre Elano-Maicon, e sobre Robinho-André Santos, e com vigia permanente sobre Kaká, Felipe Melo precisará avançar mais do que o habitual, para atrair um marcador e liberar outro companheiro, desarrumando as linhas argentinas.
Gosto da maneira como a Argentina joga. Dunga e Jorginho terão muito trabalho para encontrar alternativas táticas e vencer a partida. É um confronto que tem muitos elementos capazes de torná-lo um dos dez mais inesquecíveis da rivalidade entre Brasil e Argentina. Aguardemos.
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